8 de março: Dia Internacional das Mulheres

10 March, 2020

‘Transformar as relações de poder é essencial’, diz chefe da ONU no dia das

mulheres

Publicado em 06/03/2020, Matéria da ONU News, de Nova Iorque

Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou um chamado forte e urgente” por ação em prol da igualdade de gênero. Para ele, a desigualdade representa uma “injustiça esmagadora” de nosso tempo.

Guterres defendeu a igualdade de gênero como uma questão de poder, afirmando ser preciso transformar e redistribuir o poder, de forma urgente, caso o mundo queira salvaguardar seu próprio futuro no planeta. “A misoginia está em todas as partes”, acrescentou, em mensagem em vídeo (assista aqui).

Celebração antecipada nesta sexta-feira (6), na Assembleia Geral, lembrou a criação da Plataforma de Ação de Pequim, há 25 anos. Em 2020, o tema é “Eu sou a Geração Igualdade: concretizar os direitos das mulheres”.

Em 2020, o tema é “Eu sou a Geração Igualdade: concretizar os direitos das mulheres”.

Em mensagem em vídeo (acima), o secretário-geral da organização, António Guterres, faz um chamado urgente para ação que leve à igualdade de gênero.

Para alcançar essa meta, o chefe da ONU diz que é essencial transformar as relações de poder quando a misoginia – o ódio às mulheres –, está em todas as partes.

Tabus

Essas manifestações são presentes, segundo o chefe da ONU, “desde o ridicularizar das mulheres como histéricas ou ‘hormonais’, até o julgamento

sobre sua aparência, passando por mitos e tabus sobre as funções corporais delas, a atribuição da culpa e as chamadas ‘aulas de explicação’

(mansplaining) que os homens gostam de oferecer às mulheres sobre os mais variados tópicos”.

No pronunciamento, o secretário-geral sublinha que “o século 21 deve ser o século da igualdade para as mulheres”. O apelo a todos é que façam sua parte para torná-lo uma realidade.

Roteiro

Foi a 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, realizada em 1995 na capital chinesa, que adotou o roteiro que é considerado o mais progressista para dar poder a este grupo em nível global.

Um dos destaques da comemoração do Dia Internacional da Mulher nas Nações Unidas é o debate de questões ainda por resolver para o empoderamento feminino.

A professora Nina Ranieri, que coordena a Cátedra UNESCO de Direito à Educação da Universidade de São Paulo, relatou à ONU News, em Nova Iorque, como a desigualdade de gênero se reflete na carreira acadêmica.

Filhos

As meninas, quando terminam o doutorado, estão na hora de ter filhos. É o começo da década delas, dos 30 anos. Isso retarda, atrasa a carreira, até ter os filhos.Que foi o que me aconteceu. A minha carreira docente começa

aos 40 anos.

É uma carreira tardia quando comparada com a dos meus colegas que antes dos 60 anos já chegaram a professor titular. Muito antes, com 40,

50 anos. E as mulheres não. Acaba se prolongando em virtude desses atrasos

na carreira.”

Um novo relatório lançado pelas Nações Unidas que lidera o tema, a ONU Mulheres

<https://nacoesunidas.org/dia-internacional-da-mulher-progresso-na-igualdade

-de-genero-continua-lento/> , destaca que o progresso rumo à igualdade de

gênero está atrasado e os difíceis ganhos enfrentam ameaças.

O estudo lançado para marcar a celebração aponta que menos de dois terços das mulheres entre 25 e 54 anos exercem trabalho remunerado, em comparação com mais de 93% dos homens.

As mulheres continuam realizando grande parte dos cuidados não remunerados e domésticos, recebendo em média 16% a menos que os homens.

Soluções

Quanto à violência, 18% das mulheres sofreram esse tipo de atos de um parceiro íntimo no ano passado. As novas tecnologias aumentam a exposição a novas formas de violência como o assédio cibernético, sem soluções políticas

à vista.

As desigualdades no setor de educação se refletem numa realidade de 32 milhões de meninas que continuam fora da escola. Na política, os homens ocupam três quartos dos assentos parlamentares.

O relatório destaca ainda a exclusão de figuras de sexo feminino dos processos de paz. As mulheres representam apenas 13% dos negociadores e 4%

dos assinantes desses acordos.

As celebrações deste ano marcam ainda o 20º aniversário da resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre mulheres, paz e segurança e a primeira década depois da criação da ONU Mulheres.

Disponível em:

<https://nacoesunidas.org/transformar-as-relacoes-de-poder-e-essencial-di...

efe-da-onu-no-dia-das-mulheres/>

Cristianne Farmer Rocha, Moderadora-Auxikiar HIFA-PT