Dia Mundial da Saúde, 7 de Abril de 2021 - Construir um mundo mais justo, equitativo e saudável

7 April, 2021

Estimados amigos:

Neste Dia Mundial da Saúde, compartilho as notas que foram publicadas pelo Escritório Regional da OMS para a África (AFRO) e também, pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS).

Vocês poderiam também compartilhar notas e mensagens que foram publicadas pelas instituições nacionais em seus países e que nos possa dar uma visão de como os países estão cobrindo esta importante data?

:: OMS-AFRO

"07 Abril 2021 - Mensagem da Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África

Neste Dia Mundial da Saúde, a OMS pede a todos que participem na construção de um mundo mais justo e saudável.

A pandemia de COVID-19 veio realçar as desigualdades entre países. Num contexto de escassez de abastecimentos essenciais, os países africanos foram colocados no fim da fila em termos de acesso a kits de teste à COVID-19, a equipamento de protecção individual e, agora, a vacinas. Dos 548 milhões de doses da vacina contra a COVID-19 administradas em todo o mundo, apenas 11 milhões, ou 2%, foram realizadas em África, enquanto o continente representa cerca de 17% da população mundial.

Também existem desigualdades dentro dos países. A discriminação em razão do género, do local de residência, do rendimento, do nível de escolaridade, da idade, da etnicidade e da deficiência prejudica as populações vulneráveis. Dados recentes de 17 países1 africanos revelam, por exemplo, que uma pessoa que concluiu o ensino secundário tem três vezes mais probabilidade de ter acesso a meios de contracepção do que alguém que não tenha frequentado a escola. Por sua vez, as mulheres que se situam no quintil mais elevado de rendimento têm cinco vezes mais probabilidade de dar à luz os seus bebés numa unidade de saúde e de os vacinar com a BCG do que as mulheres pertencentes ao quintil mais baixo.

De forma a inverter esta tendência, precisamos de agir em relação aos determinantes sociais e económicos da saúde, levando a cabo uma acção multissectorial para melhorar as condições de vida e de trabalho, e o acesso à educação das populações, sobretudo dos grupos mais marginalizados. As comunidades devem ser envolvidas nesta iniciativa como parceiros, recorrendo nomeadamente às suas redes e associações para definir e implementar intervenções de saúde e de desenvolvimento.

Um dos principais desafios encontrados na luta contra as desigualdades é o facto de existirem dados limitados sobre a matéria que permitam determinar as populações que não estão a ser abrangidas pelas iniciativas e os motivos por trás desta falha. Para colmatar estas lacunas, os sistemas nacionais de informação sanitária precisam de recolher dados estratificados por idade, sexo e equidade. Estas informações poderão, em seguida, ser usadas para orientar a tomada de decisões e a formulação de políticas.

A OMS está a colaborar com os países de forma a reforçar as capacidades de recolha, gestão e exploração dos dados e para melhorar a monitorização e as acções levadas a cabo para combater as desigualdades evitáveis. No ano transacto, divulgámos orientações técnicas sobre género, equidade e a COVID-19 e formámos 30 equipas nacionais2 em programas integrados para a promoção da igualdade de género e da equidade na saúde. As equipas estão a pôr em prática as competências que adquiriram para promover uma maior equidade na saúde e lutar contra a violência de género no contexto da COVID-19.

São também necessários investimentos de modo a acelerar os progressos realizados na implementação da cobertura universal de saúde, proteger as pessoas contra dificuldades financeiras que dificultam o acesso aos cuidados de que necessitam e melhorar a cobertura dos serviços. A maioria dos países africanos iniciou reformas nestas áreas, com a esperança de que estas iniciativas possam, por sua vez, contribuir para a construção de sistemas de saúde e sociedades mais resilientes.

Os líderes devem, num espírito de solidariedade internacional, trabalhar em conjunto no futuro para combater as desigualdades dentro e fora das suas fronteiras. Mais concretamente, no que diz respeito às vacinas contra a COVID-19, incentivamos veementemente as empresas farmacêuticas a reforçarem as suas capacidades de produção para ultrapassar a actual escassez observada em termos de abastecimento. Apelamos igualmente aos países ricos para que partilhem as suas doses de forma a proteger as populações mais em risco, salvar vidas e superar rapidamente esta crise mundial.

Neste Dia Mundial da Saúde, exorto os Estados-Membros, os parceiros, a sociedade civil, as comunidades e outras partes interessadas a colaborarem mais estreitamente com a OMS para atingir a cobertura universal de saúde e a investirem numa abordagem focada nos determinantes sociais e económicos da saúde, para combater as desigualdades e construir um mundo mais justo e saudável.

A OMS continua empenhada em garantir que todas as pessoas em África, e no resto mundo, possam usufruir do direito a uma boa saúde."

Fonte: <https://www.afro.who.int/pt/regional-director/speeches-messages/dia-mund...

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:: OPAS/OMS

"Construir um mundo mais justo, equitativo e saudável após a COVID-19 na Região das Américas

Para o Dia Mundial da Saúde de 2021, celebrado em 7 de abril de 2021, convidamos todas e todos a se unirem à nossa nova campanha para construir um mundo mais justo e saudável.

Nosso mundo é desigual.

A COVID-19 destacou que algumas pessoas podem ter uma vida mais saudável e ter melhor acesso aos serviços de saúde do que outras devido às desigualdades em sua posição, status e voz na sociedade e às condições em que nascem, crescem, vivem, trabalho e idade.

Em todo o mundo, alguns grupos não apenas têm acesso limitado a serviços de saúde de qualidade, mas também lutam para sobreviver diariamente com pouca renda, têm pior acesso a condições de moradia seguras e educação de qualidade, menos oportunidades de emprego que pagam um salário mínimo, desigualdade e pouco ou nenhum acesso a ambientes seguros, água, ar limpos e serviços de saúde, sofrendo com a insegurança alimentar. Os grupos que mais são afetados por essas desvantagens são frequentemente aqueles que sofrem discriminação étnica e de gênero. Essas condições podem levar a um sofrimento desnecessário, doenças evitáveis e morte prematura. E prejudicam nossas sociedades e economias.

Esta situação não é apenas injusta, mas pode ser evitada. Por isso, pedimos aos líderes que garantam que a equidade na saúde seja a peça central de nossa recuperação da COVID-19. Isso resultará em uma região onde todos têm condições de vida e de trabalho propícias a uma boa saúde, os sistemas de informação em saúde se configuram para identificar populações em situação de vulnerabilidade e a sociedade civil e os indivíduos são parceiros na busca de soluções onde as desigualdades ocorrem e onde todos têm acesso a cuidados de saúde e médicos sem sofrer discriminação. Ao mesmo tempo, pedimos aos líderes que monitorem as iniquidades em saúde e garantam que todas as pessoas tenham acesso a serviços de saúde de qualidade quando e onde precisarem.

A COVID-19 atingiu duramente todos os países, mas seu impacto foi mais grave nas comunidades que já enfrentam vulnerabilidade significativa e estão mais expostas à doença, são menos propensas a ter acesso a serviços de saúde de qualidade e têm maior probabilidade de experiências adversas como consequência das medidas implementadas para conter a pandemia."

Fonte: <https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-da-saude-2021-construir-um...

Saudações,

Eliane Santos, Moderadora do HIFA-PT